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Os rumos da inserção internacional do Sistema Confea/Crea

* Da Assessoria do Confea

Como vem se comportando o Sistema Confea/Crea nas discussões relacionadas à globalização nos seus 75 anos de existência? Como viabilizar o intercâmbio técnico-científico e buscar o desenvolvimento e a valorização profissional? Como fortalecer a troca de experiências na área do ensino, discutir, estabelecer parâmetros e convênios que permitam a integração das atividades profissionais de diversos países? Essas são algumas indagações feitas pela assessora internacional do Confea, Carmem Eleonôra C. Amorim Soares, em seu texto referencial para o 7º Congresso Nacional de Profissionais, que será realizado de 22 a 28 de agosto, em Cuiabá (MT). “É consensual se dizer que a competitividade no mercado internacional requer estímulos localizados e ambiente favorável ao nível macro e mesoeconômico a fim de gerar e difundir tecnologia. Até aí, ponto para nós arquitetos, engenheiros, agrônomos, já que nosso dia a dia reflete claramente a tecnologia”, afirma Carmem. Entretanto, ela lembra que as transformações do modelo de crescimento do país e a abertura à competição internacional refletiram a necessidade da consolidação de um modelo que harmonizasse as condições do exercício profissional para atender a mobilidade profissional. A discussão sobre as questões internacionais no Sistema Confea/Crea não são recentes. “O tema não é novo, já tinha sido ventilado na década de 60, no Plano Desenvolvimentista da Era JK, mas só com o advento da globalização versus integração, no final da década de 80, que voltou a ser destaque na agenda do Conselho”. Um dos marcos, segundo a assessora, foi o ano de 1989, quando houve o fórum de discussão da legislação entre profissionais brasileiros e argentinos e que, posteriormente, também recebeu os profissionais do Uruguai e do Paraguai, formando a Comissão de Integração da Agrimensura, Agronomia, Arquitetura e Engenharia para o Mercosul (CIAM). “No Brasil, coube ao Confea a condução desta instituição. A maior contribuição da CIAM é o documento sobre o mecanismo para o exercício profissional temporário, propondo que a mobilidade profissional seja implementada no Mercosul com as condições necessárias para o registro e o exercício profissional”, explica Carmem. Ela comenta ainda que o Confea vem desenvolvendo outras ações de integração para inserção no cenário internacional, que incluem a filiação à Federação Mundial das Organizações de Engenharia; a assinatura de convênios e protocolos com instituições estrangeiras para cooperação técnico-científica; entre outras. Apesar da evolução, o processo de internacionalização sofre com outros desafios. “Hoje, é sabido que existe a dificuldade da revalidação de diplomas e reconhecimento de créditos que impossibilitam a troca de experiências, além disso, o domínio de um idioma estrangeiro é outro entrave. Torna-se muito difícil que as próprias Instituições Federais de Ensino Superior consigam promover mobilidade entre seus alunos sem que eles precisem retroceder em seu processo de aprendizagem”. Nesse sentido, a assessora diz ser premente a formulação de novas estratégias e alternativas de desenvolvimento que reforcem mutuamente a articulação entre política macroeconômica e política de desenvolvimento social, produtivo e, particularmente, de ciência, tecnologia e inovação, ambiente no qual o Sistema Confea/Crea tem papel imprescindível. E para que essa situação se concretize, Carmem, enfim, afirma: “apesar de a internacionalização trazer benefícios para todos, o processo não evoluirá sem a conjugação de esforços entre sociedade, setor empresarial e governo”.  

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