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Crea-PE debate sobre a seca no Semiárido brasileiro

As comemorações da Semana do Meio Ambiente pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-PE), sob a coordenação da Comissão de Meio Ambiente, foram encerradas, na noite de ontem (13), com a palestra “As tecnologias sociais de convivência com o Semiárido”, proferida por Antônio Barbosa, coordenador da Articulação para o Semiárido – Asa Brasil, durante a Plenária Solene, no auditório deste Conselho. A abertura do evento foi realizada pelo presidente do Crea-PE, José Mário Cavalcanti.


 

Na opinião do palestrante, é necessário desmistificar a imagem de que no Semiárido brasileiro existem apenas pessoas passando fome e sede. “A seca é previsível nessa Região, entretanto o nosso nível de organização para convivermos com ela é muito fraco por falta de vontade política. Não existe um planejamento para minimizar os efeitos da seca”, ressaltou Barbosa. 

 


Quanto ao período prolongado de estiagem pelo qual Semiárido está passado, Antônio Barbosa considerou com a pior dos últimos 30 anos vivido pelos moradores daquela localidade. Ele apresentou um cronograma de grandes secas registradas no País, as últimas foram: em 1982, 1952, 1915, 1877/1878, 1845, 1816, 1559. “Da chegada dos portugueses aos dias atuais, já somam 72 secas, sendo 40 anuais e 32 plurianuais”, disse.


Para conviver com a seca, a proposta da ASA é construir um milhão de cisterna para as famílias armazenarem água da chuva e utilizarem no período de estiagem. De acordo com Babosa, já foram produzidas 380.988,00 cisternas de 16 mil litros, 474 barragens subterrâneas, 340 tanques de pedras, 9.950 cisternas calçadão e 892 cisternas nas escolas.


 

Sobre a decisão do governo de instalar cisternas de plásticos, o coordenador da ASA criticou a medida. “Quando fazemos uma cisterna com placas de cimentos, estamos assegurando também a economia local. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam para uma redução do êxodo rural porque as famílias estão encontrando trabalho na região. Agora, se você pega a tecnologia de cisternas de plásticos de uma empresa de São Paulo não irá gerar renda na economia local. Além disso, as cisternas de cimentos custam em média R$ 2.200, enquanto que as de plástico custam R$ 6 mil”, justificou.  

 


Após a explanação, o presidente parabenizou o palestrante. “Sabemos que a seca é um problema secular. Você nos mostrou que com soluções simples as famílias podem conviver com a seca no Seminárido. Estamos à disposição para ajudá-los em relação à tecnologia na construção de cisternas”, disse o presidente José Mário Cavalcanti.


O coordenador da Comissão de Meio Ambiente, Nielsen Christianne, acrescentou que as construções das cisternas já estão refletindo na educação dessas famílias do interior em relação ao uso adequado da água.


 

ASA

 

 

 

A Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA) é uma rede formada por cerca de 750 organizações da sociedade civil que atuam na gestão e no desenvolvimento de políticas de convivência com a região Semiárida. Sua missão é fortalecer a sociedade civil na construção de processos participativos para o desenvolvimento sustentável e a convivência com o Semiárido referenciados em valores culturais e de justiça social. 

 


Kele Gualberto

ASC do Crea-PE

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