O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE) deu início, nesta terça-feira (1°), ao ciclo de eventos voltados a valorização e capacitação dos profissionais do Sistema Confea/Crea e Mútua. Nesse primeiro encontro, que contou com a parceria da Associação dos Engenheiros Ambientais de Pernambuco (AEAMBPE) e da Associação Pernambucana dos Engenheiros Florestais (APEEF), a temática abordada por especialistas foi a situação das barragens no Estado. Com o tema “Pernambuco discute suas barragens – O efeito Mariana”, o evento reuniu mais de 130 participantes, entre profissionais e estudantes. Quem marcou presença no evento foi o suplente de senador, Carlos Augusto, e o deputado estadual José Humberto Cavalcanti.
Na abertura do evento, o presidente do Crea-PE, Evandro Alencar, falou da felicidade de abrir a casa dos profissionais das áreas tecnológicas para debates enriquecedores. “Eu quero deixar claro que aqui é a casa de todo engenheiro, agrônomo e técnicos. É aqui que temos debater as nossas profissões. Por isso, a cada terça-feira, junto com entidades de classe e empresas parceiras, nós vamos receber eventos que promovam o debate sobre a Engenharia, a Agronomia e áreas afins, além de capacitação técnica”, destaca Evandro. “A gente precisa mostrar para a sociedade o papel do Engenheiro, do Agrônomo, do Geólogo, do técnico de nível médio, do tecnólogo. As nossas profissões movimentam e levam o desenvolvimento para as cidades e para nosso País”, afirma Alencar.
Em seguida, o presidente da APEEF, Josemário Lucena, destacou a importância de debater a situação das barragens no Estado. “O que aconteceu em Mariana, Minas Gerais, é um alerta. Não temos as mesmas condições da barragem mineira, mas temos as nossas peculiaridades e, como tal, precisamos conhecer e discutir os nossos pontos fracos. É essa reflexão que esse evento propõe”, explica o engenheiro florestal. Segundo ele, é o papel do Conselho profissional fazer este debate.
Já para José Luis Loureiro, presidente da AEAMBPE, o evento é mais um fórum temático de discussão para que os profissionais troquem experiências e conheçam um pouco mais sobre as barragens do Estado. Na ocasião, ele destacou o desconhecimento de parte da sociedade e de alguns profissionais da atual situação ambiental do Estado. “Pernambuco possui cerca de 300 situações que oferecem risco de desastres ambientais, uma das situações mais perigosas está na região do Complexo de Suape, que possui uma área montanhosa e algumas barragens que abastecem o Recife e a Região Metropolitana. A Barragem de Pirapama, no Cabo de Santo Agostinho, por exemplo, é o maior sistema de abastecimento de água de Pernambuco e um dos maiores do Brasil. Tem capacidade de acumular 61 milhões de metros cúbicos e a obra foi concluída em 2008. Mas em que situação se encontra a estrutura física da barragem?”, explica.
Após a abertura, o debate teve início com palestras de José Luís Loureiro, com Eduardo Avelino, representante da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), e com o presidente da Agência Pernambucana de Águas e Climas (APAC), Marcelo Asfora. Por fim, foi aberto para perguntas e troca de experiências entre os profissionais.
Rui Gonçalves
ASC do Crea-PE