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Em Petrolina, presidente do Crea-PE visita DINC e Embrapa

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Ao lado do professor Mário Antonino, Evandro visitou obras

Em visita ao município de Petrolina, distante 722 quilômetros do Recife, o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE), Evandro Alencar,  esteve reunido com representantes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Semiárido e do Distrito de Irrigação Nilo Coelho (Dinc), entre outras empresas da região. Nas reuniões, o tema tratado foi a preocupação com a seca na Região do Semiárido pernambucano e as soluções tecnológicas que estão sendo desenvolvidas para minimizar os impactos do fenômeno climático.

A preocupação do presidente do Crea-PE, Evandro Alencar, se dá pela baixa no reservatório de Sobradinho. O Lago de Sobradinho, que é o maior reservatório artificial da América Latina, tem como funções principais a regularização da vazão do Rio São Francisco, que tanto evita inundações nas cidades à sua jusante quanto proporciona segurança elétrica às unidades geradoras da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf).  Nesse sentido, o Lago proporciona ainda fornecimento d’água aos Projetos de irrigação Senador  Nilo Coelho e Maria Tereza, ambos localizados na cidade de Petrolina.

Estes projetos são alimentados a partir de captação em canal escavado em rocha no interior do Lago, com cota de fundo oscilando entre 378 e 380 metros acima do nível médio das marés. Hoje, porém, a cota do nível d’água está em 384 metros, quatro metros, portanto, acima no fundo do canal existente, escavado em rocha, quando da construção da barragem.

evandro_DINCDevido à finalização do período chuvoso tanto em Minas Gerais quanto no Sertão Baiano, a perspectiva é de contínuo rebaixamento do nível d’água no Lago, com reais possibilidades de falta d’água aos projetos de irrigação administrados pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), que é empresa pública federal, vinculada ao Ministério da Integração Nacional.

“Estes projetos de irrigação, contam com estrutura de canais e estruturas de bombeamento que proporcionam irrigação a 24 mil hectares. As divisas geradas ao município e região são estimadas pelo Banco Mundial em US$ 1 Bilhão, segundo Relatório de dezembro de 2014”, explica o engenheiro da 3ª Superintendência Regional da Codevasf, Leonardo Cruz. O especialista ainda chama atenção para questão da crise hídrica que o Brasil vem enfrentando. “Estamos vivendo o período mais seco nos últimos 84 anos, segundo histórico pluviométrico das chuvas da região, expõe esta estrutura a sério risco de colapso por falta d’água”, explica.

Com esse cenário, a região de Petrolina será bastante atingida com a problemática da falta de água, de ordem econômica e social, pois pode ocasionar perda de empregos diretos e indiretos. Para minimizar os danos, os especialistas da Codevasf, pensaram em uma nova forma de captação de água. De acordo com Leonardo Cruz, a ideia é fazer a captação em ponto mais profundo, já próximo ao maciço da barragem de Sobradinho, com anuência da Chesf, operadora e mantenedora da estrutura, manifestada em reunião conjunta Codevasf.

sobradinhoEle explica que esta alternativa foi elaborada posteriormente à realização de levantamento batimétrico no interior do Lago e levantamento topográfico em sua margem seca. “Daí, teríamos possibilidades de executar a obra com insumos essencialmente locais, à exceção da manta polimérica para revestimento do canal. Levamos, então, adiante esta concepção que quando executada, em período de 3 a 4 meses, instalará flutuantes que darão abrigo aos conjuntos de bombeamento a distâncias variáveis de 270 a 300 metros da margem seca do Lago”, afirma.

Ainda segundo o técnico, também instalará toda a estrutura de armazenamento de combustível e geração de energia elétrica em terra firme, eliminando o transporte de combustível por balsa no interior do Lago, cujo consumo está previsto em 30 mil litros por dia.

“Estes conjuntos elevatórios recalcarão a vazão de projeto (14m³/s) ao interior de canal a ser executado em solo compactado, que aduzirá água por 2.420m de extensão, com gradiente/declividade de 1,5m/Km. Ao final deste canal, será construído reservatório pulmão com capacidade de acúmulo de 2 milhões de metros cúbicos, que dará margem às operações e manutenções do perímetro”, afirma.

A construção do reservatório se limitará à execução de 2.020m de diques executados com aterro sem controle, no interior do Lago, em um dos seus lados, pois o lado oposto já conta com diques executados durante a construção da barragem de Sobradinho.

Rui Gonçalves
ASC do Crea-PE

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