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Presidente do Confea Joel Krüger fala sobre a Engenharia para o Século XXI na Unicap

Com a responsabilidade de quem está à frente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), maior do País e, com o conhecimento de causa de quem exerce o magistério há mais de 30 anos, o engenheiro civil Joel Krüger participou, a convite da coordenação do curso de Engenharia Civil da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), na terça-feira (25), de uma das edições dos Seminários de Engenharia Civil, onde falou sobre a Atuação das Profissões de Engenharia para o Século XXI.

No início da apresentação, feita para um público formado pelo presidente em exercício do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE), Fernando Lapenda, professores, engenheiros e estudantes, o palestrante falou da sua experiência acadêmica, dos projetos de internacionalização dos cursos das áreas tecnológicas e, com a exibição de um vídeo institucional, também sobre o papel e a importância da Engenharia de forma geral.

Por meio de um apanhado histórico dos principais momentos que marcaram os grandes passos dados nas áreas do conhecimento, destacou as contribuições da 1ª, 2ª, 3ª e 4ª revoluções industriais. Sobre esta última, também chamada de indústria 4.0, explicou que, para que estejamos alinhados ao que propõe, é necessário que tenhamos habilidades que nos permitam vencer os desafios impostos pela velocidade do conhecimento e, principalmente, que tenhamos definido, para qual revolução industrial queremos formar os profissionais da Engenharia. “Como discutirmos a nova formação e a internacionalização do engenheiro sem incorrermos num paradigma? Temos que definir de qual revolução industrial queremos participar”, diz acrescentando que “não há formação dissociada das necessidades da sociedade e, nesse sentido, à Engenharia cabe adaptar os recursos disponíveis no contexto da nova fase da revolução industrial”, explica.

Krüger chamou a atenção dos participantes para o fato de que um mapa geopolítico mundial dividiu o mundo em áreas de interesse do capital financeiro e áreas do conhecimento. “Estados Unidos e Europa estão com os interesses financeiros, os países asiáticos com a manufatura e, para nós da América Latina e para a África, coube ser fonte de matéria prima como o minério de ferro, a soja, o milho e outros. Temos que romper com o que está posto. Não queremos apenas esta pequena parte de tantas que integram a tecnologia. É necessário unirmos, ciência, tecnologia e inovação na formação dos profissionais da Engenharia”, defende.

Com uma visão ampla e pragmática quanto à necessidade de olharmos de forma mais exigente para a formação dos futuros profissionais das áreas tecnológicas, o presidente do Confea foi categórico. “Curso superior não é para garantir emprego é para garantir conhecimento que nos possibilite atuar em escala global”, disse, explicando que, para isso, necessariamente, não temos que atuar fora do Brasil, mas, que, aqui mesmo, desempenhemos as nossas habilidades e usemos a nossa expertise em projetos internacionais.

Para preocupação dos vários estudantes que ouviam atentos a palestra, Joel Krüger, disse que, “se um profissional não conhece matemática, física e química não é um engenheiro”.

Sobre a internacionalização, Joel acha que é uma excelente iniciativa, no entanto, diz que não trará os resultados esperados se não estiver aliada a outras iniciativas como o incentivo à pesquisa, à melhoria na qualidade do ensino, à adaptação dos currículos, entre outras. “Precisamos mudar. Se continuarmos utilizando o mesmo formato, não conseguiremos reverter os pontos desfavoráveis que temos na formação dos nossos profissionais”.

Ainda sobre a internacionalização o presidente falou sobre o acordo de cooperação que foi celebrado entre o Brasil e Portugal, por meio do qual os dois países estão absorvendo engenheiros, com condições igualitárias no que se refere às exigências na formação, para desempenharem atividades profissionais nos seus mercados.

Nessa linha, disse que também está mantendo diálogo com a Espanha, Itália e países do Mercosul como Bolívia e Colômbia para firmar acordo com os mesmos objetivos. Com os Estados Unidos, estão em curso contatos para firmar parceria com também com o objetivo de proporcionar a ampliação nos conhecimentos e mais oportunidades para os estudantes e engenheiros brasileiros.

Falando como professor, Joel Krüger disse ter uma grande preocupação com os profissionais que está formando para o mercado de trabalho, que consiste na dúvida de que ele já possa está superado ou se não será um modelo rapidamente ultrapassado.

Por fim, o palestrante disse ter expectativa de que daqui há 5 ou 10 anos estejamos num momento melhor, colhendo frutos dos excelentes resultados alcançados por meio dos projetos desenvolvidos nas universidades e que tenhamos conseguido encontrar o caminho para uma formação que valorize cada vez mais o trabalho da Engenharia, da Geociência com o uso de tecnologias autossustentáveis.
Na mesma noite, o engenheiro do Instituto de Inovação Senai, Ernani Azevedo falou sobre a Indústria 4.0 a Nova Revolução Industrial.

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