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Fórum de Acessibilidade destaca pequenas soluções para atender grandes necessidades

acessibilidade_schubert“Se um dom especial… É dado pra alguém… É pra ajudar o bem… Na luta contra o mal”. Foi ao som da música Além do olhar Olhar e com a apresentação da Associação Elos da Vida – associação que tem como missão contribuir para o desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens com prioridade para pessoas com necessidades especiais que vivem em situação de vulnerabilidade pessoal e social – que a abertura do Fórum de Acessibilidade cantou e encantou os participantes da 72ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia – Soea na tarde desta quinta-feira (17).

O médico Baldur Schubert, representante no Brasil da OISS – Organização Ibero-americana de Seguridade Social, afirmou que, por ano, cerca de 3 milhões de pessoas morrem vítimas de acidente de trabalho. “Uma das nossas estratégias é promover uma cultura preventiva com ações, e diagnósticos das condições de trabalho e apoio a países e instituições”, explanou o médico. Ainda de acordo com o representante da OISS, a instituição também desenvolve programas para a terceira idade. “Trabalhamos para melhorar a qualidade de vida das pessoas idosas, estimulando o envelhecimento ativo e com dignidade”, diz.

Convidada para fazer parte do debate, a diretora do Centro Ibero-americano de Autonomia Pessoal e Ajudas Técnicas (Ciapat), Lidia Neira, destacou a importância do trabalho realizado pelo Ciapat. “Nossa missão é contribuir para fazer efetivos os direitos das pessoas com deficiência e idosos através da acessibilidade integral, dos produtos e tecnologias de apoio e do design pensado para todas as pessoas”, explanou Lidia.

A terapeuta ocupacional do Ciapat, Daniele Carletti, destacou o catálogo de produtos de apoio disponíveis no Centro. “Temos vários produtos, normalizados pela ISO 9999, especialmente produzidos para prevenir, compensar, aliviar ou até neutralizar deficiências. Oferecemos pequenas soluções para atender grandes necessidades. É necessário que as pessoas tenham consciência que a acessibilidade deve ser igual para todos. Uma rua deve ser acessível para todos igualmente, assim como os prédios e outros”, afirmou Daniele.

Durante sua participação no fórum, o engenheiro civil Osvaldo Luiz Valinote destacou a importância do termo de cooperação entre o Sistema Confea/Crea e Mútua e o Ministério Público. “Esse termo prevê a adaptação dos prédios públicos à Lei de Acessibilidade (10.048/2000). A adesão dos Creas é importante para todos. É necessário que os profissionais tenham ciência desse termo e cobrem que os presidentes dos Creas de seus estados assinem e participem”, apontou. Ao final da sua participação, o engenheiro civil, que é cadeirante, brincou: “estou aqui hoje porque eles precisavam de um cadeirante para compor a mesa. Também recebi o convite para participar da atração cultural, mas não conseguimos acertar o valor do cachê”.

Ao final, o engenheiro civil Jary Castro, autor do livro Ir e vir – acessibilidade, compromisso de cada um, relatou sua relação com a acessibilidade e destacou a importância da sociedade no contexto social. “Minha relação com acessibilidade começou na infância, quando minha tia precisou amputar uma perna e ficou na cadeira de rodas. Depois de alguns anos sofri um acidente e fiquei em uma cadeira de rodas por um tempo e tive a oportunidade de conhecer de perto a realidade de ser cadeirante. Desde aquele momento, percebi que precisava fazer algo diferente, algo que pudesse ajudar outras pessoas e foi assim que escrevi o livro, em que mostro o trabalho de dentistas, médicos, psicólogos, educadores, advogados e empresários e como cada um deles faz da acessibilidade um compromisso de vida”, finalizou Castro.

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