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Oportunidades para a Engenharia marcam a abertura dos debates técnicos da 73ª Soea

Jose-Carlos-Martins-300x200A palestra magna “Engenharia – Crise e Oportunidades”, ministrada pelo eng. civ. José Carlos Rodrigues Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), abriu os debates técnicos da 73ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea), em Foz do Iguaçu-PR, ontem (30). A palestra teve a coordenação do eng. civ. Joel Krüger, presidente do Crea-PR, anfitrião do evento.

O palestrante deu foco às oportunidades para a Engenharia diante do contexto imposto pela crise e destacou a importância da construção civil no PIB brasileiro. As pequenas empresas são predominantes no mercado. 95% têm menos de 49 empregados e somente 5% têm acima de 200 empregados.  “O PIB da construção civil caminha com o PIB nacional, ora impulsionando, ora freando o crescimento do país. ”

Destacou a área de habitação, a concessão de crédito imobiliário e os projetos sociais em habitação, a exemplo do “Minha Casa Minha Vida”, como fatores relevantes para impulsionar o setor da construção. “Até a implantação do programa, 86% das habitações eram de autogestão. Só então conseguimos diminuir o percentual de imóveis construídos fora das normas. ”

Outro dado citado é a demanda por habitação de 1,4 milhão ao ano, de acordo com o crescimento vegetativo da população. Embora o déficit tenha caído 30% nos últimos anos, o ônus com aluguel subiu 70%. “Os programas sociais atenderam boa parte da população mais carente, mas não resolveram todos os problemas. A média de moradores por domicílio caiu 20%, mostrando uma mudança cultural na habitação familiar. ”

O setor de infraestrutura é outra grande oportunidade à Engenharia com maiores investimentos. Somente para manter a infraestrutura existente seriam necessários 3% do PIB. “Para crescermos de 3 a 4%, precisaríamos de 5% do PIB em investimentos em infraestrutura, fato que geraria mais de 2 milhões de empregos em obras de saneamento, transporte, mobilidade urbana e outras.”

 

A fiscalização de obras públicas e a transparência nos processos; a importância de bons projetos para garantir a qualidade das obras e evitar a corrupção; a abertura do mercado para um número maior de construtoras, empresas, a segurança jurídica aos investidores, incorporadores e construtores e, sobretudo, a inovação tecnológica e a valorização dos profissionais são fatores fundamentais ao desenvolvimento do país.

“Precisamos também combater a informalidade. 54% do mercado não recolhem os devidos impostos, o que configura uma perda 30 bilhões por ano aos cofres públicos. Se reduzíssemos este percentual em 10%, teríamos R$ 3 bilhões a mais para investir. O Estado precisa desempenhar o papel de moderador deste processo para estimular a negociação. ”

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