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Terça no Crea: vistorias de rotina e intervenções no início evitam desgaste das pontes e menor gasto do dinheiro público

“Quanto mais cedo e mais regularmente forem feitas vistorias e manutenções nas pontes do Recife menos recursos públicos serão gastos”. A afirmação é do especialista, engenheiro civil e sócio fundador da Tecomat, Tibério Andrade que participou como palestrante de mais uma agenda do Terça no Crea, em 03.11. O tema da palestra foi: “Aspectos relacionados a Durabilidade das Pontes da Cidade do Recife”, transmitida às 19h, em modo webinar, no canal oficial do Crea-PE, no YouTube.

O convidado fez apresentação de material detalhado sobres as obras de arte da capital pernambucana, chamando atenção para o fato de que, por terem sido feitas em épocas diferentes, apresentam aspectos arquitetônicos e estruturais bastante variáveis.

A ponte Maurício de Nassau que, de acordo com o palestrante, além de centenária é também a mais antiga do Brasil, as pontes Buarque de Macedo e Limoeiro, ponte Giratória, Princesa Isabel, Duarte Coelho, Boa Vista e 6 de Março foram citadas como sendo as mais antigas do Recife, tanto assim que muitas delas ligaram e ligam até hoje, os primeiros bairros ao centro da cidade.

As pontes Agamenon Magalhães, Paulo Guerra, Joana Bezerra, Joaquim Cardoso e a Ponte Gregório de Bezerra, a mais nova dentre todas construídas na cidade. Ainda compõem a lista de mais novas as Pontes Motocolombó, Sport Clube do Recife, Derby, Madalena, Torre e Capunga, acrescentou.

Com relação às construções mais antigas, Tibério Andrade afirmou que foram feitas com base no mesmo sistema estrutural. A partir das décadas de 50 e 60 foram iniciadas as construções com concreto protendido. Quanto às mais recentes, Gregório Bezerra e Joaquim Cardoso, foram feitas com vigas pré-fabricadas, apoiadas em travessas moldados no local.

Andrade disse que o grande erro em relação a pontes no Recife, Brasil e no mundo se refere ao tempo em que se realizam intervenções nas obras de arte, pois as estruturas precisam ser vistoriadas em períodos adequados, a fim de identificar eventuais problemas preventivamente. Segundo o especialista, a falta de conscientização de que as manutenções preventivas e rotineiras levam à redução do custo total de Obras de Arte Especiais (OAE). Para que se tivesse uma melhor compreensão do que quis dizer, a partir de gráficos  o engenheiro disse que, se na fase de projeto e execução for detectado algum problema, essa correção é correspondente a R$ 5, se realizada após a construção passa para o valor de R$ 25 e, se nada for feito, a manutenção corretiva, quando ocorrer custará R$ 125.

A umidade e a penetração do oxigênio na estrutura levam à completa corrosão do concreto que é o responsável pela segurança da “armadura”, ferragens dentro do concreto, explicou. Sobre a solução de muitos dos problemas encontrados, o palestrante falou de alguns muito simples e que têm a capacidade de dar grande durabilidade, no caso das pontes. A partir daí, falou das intervenções realizadas nas pontes Paulo Guerra, Joana Bezerra e outras.

Por fim, apresentou sugestões que, se seguidas impediriam que as pontes chegassem aos estágio mais críticos como: implantação de gestão e manutenção nas obras de arte; inspeções periódicas rotineiras e especiais; criação de banco de dados com detalhamento de informações sobre a ponte; acompanhamento da evolução dos problemas antecipadamente verificados e, a realização de manutenções preventivas e corretivas incluindo manutenções de juntas, pinturas, e; eliminação de infiltrações verificadas nas inspeções.

Após concluir a palestra, o convidado respondeu perguntas dos internautas, agradeceu ao convite, recebendo elogios pela qualidade dos dados apresentados. O conteúdo está disponível ao público em geral (https://www.youtube.com/creapeoficial).

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