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Crea-PE celebrar 102 anos do educador pernambucano Paulo Freire

Nascido no Recife, Freire se tornou uma das maiores referências mundiais em alfabetização de adultos

Nesta terça-feira, 19 de setembro, o Crea-PE celebra um dos maiores pensadores do Século 20. Defensor da aprendizagem como meio de transformação, o educador, pedagogo e filósofo Paulo Freire completaria hoje 102 anos. Nascido no Recife, Freire se tornou uma das maiores referências mundiais em alfabetização de adultos. O pedagogo era inteiramente contra a visão tradicional da educação, onde o professor é dono da sabedoria e o aluno um mero depositário, que recebe esse conhecimento.

Freire propôs um método inovador no processo de aprendizagem, com diálogo entre alunos e professores. O educador defendia que se aprende para transformar a realidade, por isso a consciência crítica é fundamental. Em 1963, concretizou um dos maiores feitos de sua atuação. Alfabetizou, em 45 dias e a um custo baixíssimo, uma turma formada por 300 cortadores de cana. O “case” aconteceu no município de Angicos, no Rio Grande do Norte. Essa experiência repercutiu no Brasil e no exterior, onde é reconhecido como um dos maiores educadores do mundo.

Formado em Direito, direcionou seu trabalho para o magistério. Deu aulas de Língua Portuguesa e Filosofia. Em 1958, apresentou as bases teóricas de seu sistema de alfabetização, no II Congresso Nacional de Educação de Adultos, no Rio de Janeiro. Uma das novidades da sua proposta de aprendizagem era a utilização de palavras comuns ao cotidiano dos trabalhadores, como ponto de partida para a alfabetização. Para Freire, o professor precisava conhecer a experiência do aluno.

O pernambucano era coordenador do Plano Nacional de Alfabetização do governo do presidente João Goulart, em 1964, quando foi preso e depois exilado. No Chile, escreveu “Pedagogia do Oprimido”, sua obra mais importante. Deu aulas e implantou projetos de educação de adultos, nos Estados Unidos e na Suíça, e organizou planos de alfabetização em países da África.

Voltou ao Brasil em 1979, com a anistia, e se dedicou à vida acadêmica. É doutor Honoris Causa em dezenas de universidades do Brasil e de vários países. Sua obra foi traduzida em mais de 20 idiomas. Freire morreu de infarto em 1997, em São Paulo. Em 2012, foi declarado Patrono da Educação Brasileira.

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