Durante a reunião foi apresentada a situação atual do projeto no trecho Salgueiro-Suape
A Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) está abrindo o diálogo sobre a retomada das obras da Transnordestina, no trecho Salgueiro-Suape. O primeiro encontro, realizado nessa quarta-feira (02), contou com a participação do presidente do Crea-PE, Adriano Lucena. Também participaram alguns integrantes do Comitê Tecnológico Permanente do Crea-PE: os engenheiros civis Maurício Pina e Laedson Bezerra; e o engenheiro ferroviário Fernando Jordão; além do engenheiro de produção Marcílio Cunha e do consultor Francisco Cunha, que integram o movimento Transnordestina Já, capitaneado pelo Crea-PE.
Adriano Lucena destacou que o Conselho pernambucano sempre esteve à frente do debate da Transnordestina. O presidente afirmou que o Conselho quer contribuir nessa etapa, do ponto de vista técnico. “A Transnordestina só acontece se houver mobilização envolvendo os diversos pólos econômicos”, afirmou. Também chamou atenção para a importância da inclusão de outros portos no projeto, integrando o Nordeste Oriental.
O superintendente da Sudene, Danilo Cabral, explicou que o objetivo do encontro é abrir o canal de diálogo com representantes das instituições representativas da sociedade civil, da política e da academia para aprimorar o processo da execução da obra, que necessita ser atualizado. A reunião contou com a presença de representantes dos ministérios de Transportes, Desenvolvimento Regional e da Infra S.A., responsáveis pela execução da obra, que terá o edital de licitação dos dois primeiros trechos lançados no segundo semestre. A expectativa de conclusão é para 2029.
André Ludolfo, diretor de Empreendimentos da Infra S.A, que participou de forma remota, explicou que a ferrovia no trecho Salgueiro-Suape está com 38 km executados, nos três primeiros lotes. Segundo ele, foram contatadas duas empresas para realizarem o projeto básico para o remanescente da obra. O próximo passo é a publicação do edital para a contratação da obra, que deverá acontecer no segundo semestre.
A economista Tânia Bacelar alertou para a necessidade de integração da Transnordestina com a ferrovia Norte-Sul, caso contrário o Nordeste não será integrado ao restante do País por via ferroviária. Os engenheiros Maurício Pina, Fernando Jordão e Marcílio Cunha levantaram questões técnicas e de equilíbrio regional. “Precisamos chegar a um projeto que seja de interesse de Pernambuco e da região, reduzindo o desequilíbrio inter-regional”, alertou Pina.
Jordão afirmou que o trecho de Pernambuco foi inviabilizado pela concessionária, que não zelou pelo que foi construído. Já Cunha defendeu a implantação de uma plataforma multimodal que agregaria os municípios da Mata Sul e do Agreste, também defendida pelo consórcio de prefeitos da região. Sugeriu ainda a criação de um terminal de combustíveis em Salgueiro que seria de interesse da Transpetro, segundo ele.