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Crea Pernambuco sedia reunião da Coordenação do Fórum Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas do Brasil

 

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE) sediou a reunião da Coordenação do Fórum Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas do Brasil (FNCBH). O evento reuniu profissionais das mais variadas modalidades da engenharia de 16 Estados do Brasil. Essa é a primeira vez que o Recife sedia o evento, que teve início nesta quarta-feira (1) e foi encerrado na tarde desta quinta-feira (2). O objetivo do encontro é debater as questões hidrográficas dos comitês em escala nacional. As chuvas que atingiram o Grande Recife e interior de Pernambuco, Alagoas e Paraíba também entraram no debate.

Para minimizar os efeitos causados por catástrofes climáticas, principalmente em períodos chuvosos, o Fórum Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas do Brasil destaca o papel dos profissionais ligados ao Sistema Confea/Crea para a adoção e revisão de políticas públicas eficientes. “É uma questão priorizarmos políticas públicas para a gestão dos recursos hídricos e construção das moradias. Essa pauta das bacias hidrográficas precisa ser revista e melhorada para que sejam evitadas determinadas situações, principalmente de comunidades ribeirinhas. Essas populações dependem daquela água, mas estão inseridas num contexto de moradias indignas, na beira do rio. Então as várias modalidades da engenharia, agronomia e geociências precisam entrar nesse debate”, resume Paulo Bandeira, presidente do Fórum Estadual dos Comitês das Bacias Hidrográficas de Pernambuco.

Foi observado pelos participantes do Fórum que o problema com os recursos hídricos em todo Brasil possui algumas semelhanças. A troca de experiências na forma de lidar com esses desafios resulta na adoção de práticas assertivas na minimização dessas problemáticas como enchentes, alagamentos e escassez de água nas regiões.  “A questão das águas passa por uma solução multidisciplinar. A gente vem percebendo que esses problemas vem acontecendo em várias regiões do Brasil. Nesse encontro, nós temos uma oportunidade ímpar, já que o evento reúne mais de 50% das representações estaduais. Essa troca é que faz com que a mudança realmente aconteça no sentido de buscar soluções, porque os problemas são, de certa maneira, semelhantes, como vemos em Petrópolis, Minas Gerais, no sul da Bahia e agora em parte do litoral do Nordeste”, destaca Nelson Rodrigues dos Reis, engenheiro agrimensor e doutor em Segurança Hídrica.

O evento foi aberto pelo superintendente técnico do Crea Pernambuco, Nielsen Christianni. O engenheiro florestal também chamou atenção para a urgência de ações técnicas, a fim de evitar os problemas ocasionados pelas quedas de barreiras e alagamentos registrados no Grande Recife. “Precisamos pensar ações de mitigação dos efeitos do clima, como os observados nos últimos dias na Região Metropolitana do Recife e municípios da Mata do estado de Pernambuco. Acrescento que a ciência, associada à abordagem de manejo de microbacia dentro de uma visão ecossistêmica, pode apresentar alternativas para melhores condições de vida das populações”, ressaltou.

Estiveram presentes no evento Simone Rosa, secretária Executiva de Recursos Hídricos de Pernambuco, e Suzana Montenegro, presidente da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac). Segundo o coordenador geral do Fórum Nacional dos Comitês de Bacias Hidrográficas,  Luiz Carlos Souza, o balanço da reunião é positivo, uma vez que as esferas públicas estiveram presentes no evento. “Já saímos daqui com um saldo positivo. Levamos nossas solicitações para a diretoria da Apac e elas certamente serão atendidas. Também viemos ver de perto como está essa gestão de recursos hídricos daqui de Pernambuco e dar esse suporte para a problemática das mudanças climáticas que ocorreram aqui, trazendo as experiências de outros estados”, pontuou.

As demandas dos comitês foram devidamente apresentadas e apoiadas pelos representantes do governo. Agora é de responsabilidade dos comitês locais de bacias hidrográficas e do Fórum Estadual de Comitês (representados por Paulo Bandeira, presidente do Comitê do Capibaribe, e Wellington Salazar, presidente do Comitê Goiana), além do apoio do Coordenador Geral do FNCBH, Luiz Carlos Souza) acompanhar e cobrar as medidas apresentadas nos dois dias de evento.

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