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Mineral pouco explorado no Brasil é tema de discussão no Recife

Pouco conhecido no Brasil e sem a devida exploração econômica, o mineral nióbio foi tema do debate ocorrido na última sexta-feira (28) dentro da programação do Seminário Permanente de Desenvolvimento, realizado pelo Clube de Engenharia de Pernambuco, o Centro de Estudos do Nordeste (Cenor) e a Associação dos Geólogos de Pernambuco (AGP). A importância da substância química para a economia nacional foi discutida no simpósio “O Nióbio e o Desenvolvimento Estratégico do Brasil”, no restaurante Catamarã, no bairro de São José. O encontro contou com a apresentação a participação do economista e especialista do Departamento Nacional de Produção Mineral de Goiás, Rui Pereira Fernandes Júnior e do presidente da Companhia de Mineração do Tocantins, Dorival Carvalho Pinto.


Sendo o maior produtor do mundo, o Brasil detém 98% das reservas de nióbio, aproximadamente 842 milhões de toneladas. O elemento é usado para dar mais resistência ao aço, com utilização em construção de reatores nucleares assim como gasodutos e oleodutos. De acordo com Fernandes Júnior, o nióbio metálico é um dos metais que mais resistem à corrosão, principalmente em meios ácidos e alcalinos fundidos.


De acordo com dados apresentados por Dorival Carvalho Pinto, o Brasil é o maior produtor de Nióbio com produção, aproximada, de 86 mil toneladas em 2008, o que representa 96% da produção mundial. As principais empresas produtoras no Brasil são: Cia Brasileira de Mineração e Metalurgia (CBMM) 60,7%, Anglo American Brasil 21%, Mineração Taboca 12,8% e outros 5,5%. No Brasil, os principais Estados produtores são: MG (61%), GO (21%), AM (12%).


“Se o País é o maior produtor, por que o controle estrangeiro sobre o preço de comercialização dos subprodutos de nióbio?”, questionou. As outras indagações feitas por ele foi a quem interessa a demarcação de terras indígenas na Reserva Raposa Serra do Sol e Morro dos Seis Lagos. Os brasileiros não podem fazer exploração naquela área, entretanto, os índios negociam com empresários do exterior.


Apesar de o Brasil possuir um grande e relevante fator de produção do Nióbio, o mineral ainda desconhecido pela maioria da população. “Há um grande potencial para que o País se desenvolva no longo prazo, fazendo investimentos em pesquisa e desenvolvimento, não apenas com nióbio, bem como utilizando outros fatores abundantes de produção existentes em nosso território”, opinou o especialista. A partir deste insumo abundante, o País poderia desenvolver tecnologias próprias mais baratas, minimizando a dependência tecnológica do exterior, melhorando a logística, a infraestrutura e a qualidade de vida da população e, principalmente, visando à manutenção da soberania nacional.


APLICAÇÃO – Os países ricos gostariam de extrair o nióbio do seu solo, já que o mineral possui vasta qualidade e aplicações. É empregado na produção de ligas de aço destinada aos tubos para condução de líquidos. É dotado de elasticidade e flexibilidade e resistente aos ácidos mais agressivos. Entre os metais refratários, o nióbio é o mais leve prestando-se para a siderurgia, aeronáutica e largo emprego nas indústrias espacial e nuclear. Recentemente, o setor automotivo descobriu o uso do nióbio para diminuir o peso das chapas de aço que formam o chassi de um carro.

Kele Gualberto

ASC do CREA-PE

 

 

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