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MDIC fará censo com os profissionais do Sistema Confea/Crea em junho

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), por meio da Secretaria de Comércio e Serviços (SCS), vai fazer um censo para medir a oferta de profissionais de engenharia no Brasil. O objetivo é detectar se há necessidade de importar essa mão de obra a fim de suprir as necessidades do País  para os próximos anos. O censo deve começar em junho, quando os engenheiros serão chamados pelos conselhos federal e regionais para responderem a um questionário no qual deverão informar a instituição de graduação, o ano de formatura, o tempo de experiência na área e a disponibilidade para voltar a atuar na profissão, caso não atuem.

Com importantes eventos como a Copa do Mundo, a Copa das Confederações e as Olimpíadas, representantes do setor da construção civil se preocupam com a falta de profissionais no mercado. O censo pretende descobrir se o problema está no déficit de mão de obra ou se há má distribuição de engenheiros no País.

Com a participação do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) e dos conselhos regionais, o MDIC pretende criar um banco de informações que permitirá às empresas saber onde buscar engenheiros para as grandes obras de infraestrutura e do pré-sal. 

O censo pode ser o primeiro passo para a qualificação dessa importante mão de obra. João Carlos Pimenta, presidente do Clube de Engenharia de Brasília (Cenb), acredita que o censo trará melhorias para a categoria. Ele acredita que a iniciativa é apenas o início de um processo que visa a preparar o País para o crescimento. “A desinformação sobre o verdadeiro potencial da capacitação técnica de que dispomos no setor de engenharia decorre da debandada que os profissionais foram obrigados a praticar, sujeitando-se a trabalhar em outras áreas para sobreviver”, analisa o presidente do Cenb. Pimenta considera que, além de incentivar a categoria, o censo ensejará a oportunidade de dar o primeiro passo para a qualificação da mão de obra. “A avaliação da disponibilidade irá definir o grau de necessidade de treinamento e qualificação, sob pena de travarmos o desenvolvimento”, avalia o presidente do Cenb.

Lindiane Cardoso, diretora de Empreendimento e Engenharia da Markimob, diz que o principal motivo para a realização do censo é o controle na entrada e saída desses profissionais do País.
“O fluxo mudou. Antes tinhamos engenheiros saindo para trabalhar na África e em outros países da América Latina com grande frequência. Agora, todos estão voltando para o Brasil com salários semelhantes aos que eram oferecidos lá fora”.

Falta mão de obra no mercado

A falta de engenheiros qualificados é uma das principais preocupações dos grandes empresários da construção civil. Lindiane afirma que não há profissionais suficientes para suprir a necessidade do mercado. “Hoje, você não consegue profissionais com experiência disponíveis. Esses sempre estão empregados”, destaca.

Josinez Nogueira Lima, engenheiro civil e professor do Centro Universitário de Brasília, reforça  que a valorização desses profissionais é visível. “Até mesmo os recém-formados têm salários maiores do que a média de outras profissões”. As oportunidades são boas até mesmo para os que ainda estão nas universidades.

O professor conta que muitos empresários do setor vão direto nas escolas procurar futuros profissionais. “Eles querem garantir um profissional na empresa, por isso vêm buscar antes mesmo de eles se formarem”, explica.

Fonte: Natália Rabelo – Mais Comunidade, 26 de maio de 2011

 

 

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