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Mercado de trabalho: cai o mito da escassez de engenheiros

Brasília, 16 de dezembro de 2013.

Está disponível na internet a edição do programa Panorama Ipea que discutiu “A Escassez de Engenheiros no Brasil”, tema da pesquisa publicada pelo Ipea, em novembro, desmistificando a teoria de que haveria risco de um “apagão” do setor no país. O programa, que foi ao ar em 9 de dezembro com reprise até dia 15 pelo canal NBr, teve como participantes o conselheiro federal José Geraldo Baracuhy, representando o presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), e um dos autores do estudo, o técnico de planejamento e pesquisa Paulo Meyer. Os posicionamentos das duas entidades convergem em que não há déficit de engenheiros no país, posição mantida pelo presidente do Conselho antes mesmo da publicação da pesquisa e reforçada em recente artigo "A Excelência da Engenharia Brasileira". O estudo do Ipea – que confirma cientificamente a análise sustentada pelo Confea no último ano – contesta a teoria de escassez de engenheiros, ao apontar que, apesar do aumento do percentual de engenheiros exercendo ocupações típicas, de 29%, em 2000, para 38%, em 2009, está descartado o risco de um “apagão” de mão de obra de engenheiros, porque não se confirmou o crescimento do PIB “em níveis indianos”, conforme previsto. No vídeo que dura 30 minutos, Baracuhy afirma que o Confea tem contribuído para equilibrar a distribuição de profissionais da Engenharia no mercado de trabalho brasileiro. Também destaca o empenho do Sistema em atualizar a legislação, o que permitirá, por exemplo, rever o piso salarial dos profissionais da área tecnológica. Para ele, toda a flexibilização das atividades precisa acompanhar a modernização do balizamento jurídico.

Ao falar da demanda de profissionais, o pesquisador do Ipea, Paulo Meyer, é enfático. “Não há escassez generalizada, apagão, mas pode haver problemas localizados”. Entre eles, estariam a engenharia naval, engenharia petrolífera e o setor ainda aquecido da construção civil. “Foram registrados 600 novos cursos em 10 anos. Além dessas áreas, ainda encontramos limitações na agrimensura. Mas tenho certeza de que a adequação que o próprio Sistema vem fazendo, estimulando que o profissional tenha a extensão de atribuição, mantendo sua área, contribuirá para supri-las. Mas é importante lembrar que a inovação cresce rápido e tem cursos que não existiam há alguns anos”, aponta Baracuhy.

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Entre os debatedores, ficou claro que só se pode falar, ainda, em escassez de engenheiros em termos de qualidade, não de quantidade. Para Baracuhy, o incremento quantitativo é incontestável, “mas ainda devemos no qualitativo”. Ele informa que 40% dos formandos ainda estão em níveis 1 e 2 em uma escala do Ministério da Educação que vai até 5 para medir a qualidade da formação brasileira na área. “Por isso falamos ainda em escassez qualitativa, diante de uma evolução da inovação tão alta. O Sistema Confea/Crea contribui para atender a essa cobrança da sociedade. A partir de 2014, o engenheiro poderá ter a extensão de sua atribuição com mais celeridade, procedendo uma formação complementar”, disse, referindo-se ao projeto substitutivo que altera a Resolução 1.010 do Confea.

“A formação não termina no curso superior. Os profissionais não chegam prontos para as empresas, que têm resistência para investir nisso. O Sistema S poderia expandir mais. Esse tipo de iniciativa ganha mais relevância e acredito que a formação deveria ser mais generalista para o profissional fluir em vários campos”, sugere Paulo Meyer.

Equipe de Comunicação do Confea

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