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TCU descobre falhas graves na manutenção de rodovias federais

Recife, 04 de março de 2013

Técnicos do tribunal percorreram quase mil quilômetros e analisaram a qualidade de serviços recém-concluídos. Em 10 dos 11 trechos foram encontrados problemas. Um levantamento do Tribunal de Contas da União descobriu falhas graves na manutenção das rodovias. São obras que acabaram de ficar prontas já estão cheias de problemas. E fica claro que o problema não pode ser de utilização da rodovia, e sim da qualidade do serviço. Veja aqui a reportagem completa.

As rodovias são um desafio para o motorista. Na BR-116, região da Zona da Mata Mineira, o desnível entre a pista e o acostamento chama a atenção. No quilômetro 779, ponte quebrada e placas escondidas. Em um trecho da BR-316, no Maranhão, não é diferente. É preciso atenção redobrada para desviar das ondulações, e o mato tomou conta do acostamento. “Não tem acostamento. Atrapalha em uma ultrapassagem”, afirma um motorista. “Tem morrido muita gente em acidente. Caminhão, moto”, conta um morador.

Difícil é acreditar que as rodovias passaram por obras de manutenção há cerca de um ano. Elas foram fiscalizadas pelo Tribunal de Contas da União. Os técnicos percorreram quase mil quilômetros e analisaram a qualidade de serviços recém-concluídos em oito estados do país.

Em 10 dos 11 trechos foram encontrados problemas como afundamentos, trincas e desgaste exagerado de pista. Para o TCU, os defeitos apareceram muito cedo. Em média, sete meses depois da conclusão das obras.

Um trecho da BR-230, no Maranhão, apresentou falhas um mês depois que os serviços foram feitos. “Faltou talvez fiscalização ou até manutenção. Estrada com um mês já apresentando avaria, isso é uma coisa que não pode ser admitida”, afirma José Múcio Monteiro, ministro do TCU.

As obras fiscalizadas custaram R$ 740 milhões. De acordo com uma estimativa do Tribunal de Contas, seria preciso gastar mais R$ 159 milhões para consertar os problemas que surgiram pouco tempo depois. O TCU deu 90 dias para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes definir critérios mínimos de qualidade para a entrega dos serviços.

O diretor-geral do DNIT diz que, quando assumiu o cargo, há um ano e meio, percebeu que havia falhas no trabalho de supervisão das obras, feito por empresas contratadas. Segundo o diretor, os serviços mal feitos têm que ser corrigidos. “O normal é notificar a empresa para que ela faça o retrabalho. Ela refaz o serviço, sem custo nenhum para nós”, ressalta.

Ainda segundo o tribunal, a empresa contratada pode ser responsabilizada até cinco meses após a conclusão da obra.

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