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Crea-PE e Sudene abrem diálogo para firmar convênio inédito

Em visita ao superintendente da Sudene, o presidente do Crea, Adriano Lucena, propôs novas linhas de atuação para profissionais e empresas do Sistema Confea/Crea e Mútua

Numa conversa promissora, realizada na manhã desta quarta-feira (13), na Sudene, a nova gestão do Crea-PE deu o primeiro passo para a formatação de um convênio que permitirá uma inédita parceria institucional entre as duas autarquias. O presidente Adriano Lucena foi recebido pelo superintendente Evaldo Cruz Neto. Na pauta, foram discutidas propostas de novas linhas de atuação para profissionais e empresas do Sistema Confea/Crea e Mútua ligados ao Crea-PE, como estratégia de captação de recursos junto aos fundos geridos pela Sudene, como o FNE (Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste) e o FDNE (Fundo de Desenvolvimento do Nordeste).

Entre as sugestões levadas, a nova gestão propôs a criação e inclusão de cooperativas de profissionais (engenheiros, agrônomos, geólogos, geógrafos, meteorologistas e tecnólogos) para a formulação de projetos que possam atender aos eixos estratégicos do Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE). Seria uma forma de os profissionais se organizarem para se habilitar a captar recursos para projetos em áreas como educação, agricultura, recursos hídricos e espaço urbano.

“A proposta das cooperativas é um caminho estratégico. Poderá representar um novo segmento de mercado, com profissionais qualificados se habilitando para acessar os recursos. E o Crea-PE poderia fazer uma ponte, dando um suporte técnico às cooperativas”, explicou Adriano Lucena. A proposta foi muito bem recebida pelo superintendente da Sudene, que apontou, de fato, uma deficiência de quadros técnicos para formulação e execução dos projetos financiados pela entidade de alcance regional.

“Essa proximidade com o Crea para a gente é muito interessante. A Sudene passa por um processo de análise do Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste. E por aí vão ter várias obras novas vindo para a região. Então, nós vamos precisar muito da expertise de engenheiros de vários campos de atuação”, destacou Evaldo Cruz Neto. O superintendente ressaltou também a proposta levada por Adriano Lucena de tentar qualificar a utilização do FNE. “Esse é um ponto que, para nós, é de extrema relevância e que acho importante darmos seguimento”, disse Cruz Neto.

Foi uma conversa extremamente produtiva, que abriu as portas para um diálogo mais próximo entre as duas entidades. A Sudene é uma autarquia de planejamento e execução. E levamos ao conhecimento do superintendente as contribuições que o Crea-PE pode dar para geração de emprego e renda”, apontou Stênio Cuentro, conselheiro do Crea e presidente da Associação Brasileira de Engenheiros Civis (Abenc).

LINHA DE FINANCIAMENTO

O superintendente da Sudene sinalizou a possibilidade de estudar uma nova linha de crédito para financiar a infraestrutura do entorno de empreendimentos imobiliários. A postulação foi apresentada pelo construtor Alexandre Andrade, que também participou do encontro. “Essa é uma demanda muito forte do setor. Em muitos empreendimentos imobiliários, é preciso fazer a infraestrutura do entorno, como água, saneamento básico, pavimentação. O financiamento dessas obras não incidentes, seja para habitações populares ou não, seria importante para estimular as oportunidades de negócios, afirmou Alexandre.

Evaldo Cruz Neto afirmou também que a instituição está ajustando o perfil e o alcance do FDNE, que poderá passar a financiar projetos estruturadores, uma etapa anterior à liberação de recursos para investimentos. É justamente dentro dessa linha estruturadora que podem ser incluídas a captação de recursos para elaboração e atualização dos planos municipais de saneamento básico. “Na conversa, foi aberta a oportunidade para a discussão de como os blocos regionais, formados pelos municípios, poderão se organizar para acessar esse financiamento”, explica o chefe de gabinete do Crea-PE, Ermes Costa.

Outra preocupação apresentada pelo presidente do Crea diz respeito ao déficit habitacional no Estado e a falta de financiamento no orçamento da União para habitação popular. “Essa dificuldade de acesso aos recursos para enfrentar a falta de moradia é uma das preocupações da nossa gestão, porque tem um custo social muito grande. Além de aquecer o mercado e gerar empregos, a produção de novas habitações garante a moradia digna para as pessoas”, afirmou Adriano Lucena

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