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Estimativa é que quantidade de casas diminua no Recife

Nos próximos anos, o número de casas no Recife pode diminuir ainda mais. Ao menos no que depender da especulação imobiliária. Para erguer um prédio de cerca de 20 andares, as construtoras precisam de aproximadamente três lotes para realizar o empreendimento. Dessa forma, o terreno de casas em bairros verticalizados deve ficar cada vez mais disputado. Mas existem outros critérios para analisar o valor de cada um desses imóveis. Segundo o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci), Daniel Florêncio, o estado de conservação do solo e o tamanho da “testada” (parte frontal) das casas podem ser decisivos para estipular o montante pago à família detentora do imóvel.

Apesar de este ser um negócio lucrativo para moradores e construtores, investir em uma casa com esse propósito pode ser um negócio arriscado, segundo a professora de Economia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Tatiane Menezes. “É um retorno que pode vir a curto ou longo prazo, e talvez nem mesmo aconteça”, comenta. Tatiane recomenda que esse tipo de transação fique restrito a quem realmente já mora em uma casa e pretende vender para uma empreiteira. “Dessa forma, sim, pode ser lucrativo, caso a família tenha interessa em se desfazer do imóvel”, explica. A professora ressalva, no entanto, que este tipo de negócio não pode ser visto meramente como uma questão financeira. “Às vezes, essas casas pertencem às famílias há gerações, têm história e envolvem memórias afetivas de quem vive no local”, adiciona.

O professor Geraldo Marinho, no entanto, explica que a construção de edifícios, de forma equilibrada, respeitando o meio-ambiente e a estrutura da cidade, facilita o “adensamento”, aglomeração maior de pessoas no mesmo terreno. “Seria inviável ter uma cidade grande constituída apenas por casas, por exemplo”, explica. O uso do terreno para poucos moradores, em toda a extensão das metrópoles tornaria as distâncias pouco práticas para os habitantes das cidades. Geraldo acredita que o Recife deveria receber um no­vo plano urbanístico, que respeitasse a tradição e as particularidades de cada bairro da Capital. Desta for­ma, acredita, os recifenses poderiam observar algumas áreas totalmente verticalizadas e outras repletas de casas, de forma organizada e planejada.

 

Fonte: Folha de Pernambuco

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