O presidente do Crea-PE, José Mário Cavalcanti, participou, junto aos representantes do GT Transposição do São Francisco, os engenheiros José Geraldo de Araújo e Paulo Dutra, do Seminário Águas do Rio São Francisco: sustentabilidade sócio-econômica-ambiental. O evento aconteceu na última terça-feira (22), na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). O seminário teve por objetivo reunir os órgãos governamentais das esferas federal, estadual e municipais, as universidades, os vários segmentos da sociedade civil organizada, para discutir projetos para o uso correto dos recursos hídricos que chegarão à Paraíba, o que provavelmente acontecerá no próximo ano com o despejo de 26 metros cúbicos de água por segundo.
A preocupação em torno do manejo desse recurso hídrico no Estado da Paraíba foi despertada pelo deputado estadual Assis Quintans (DEM-PB), que coordenou o evento. Para o parlamentar, o Estado não se preparou para receber as águas provenientes da transposição e questionou se irão despejar num manancial já poluído como o Rio Paraíba. Mas, ainda segundo Quintans, se as ações forem planejadas através de projetos, o Estado poderá receber até 100 metros cúbicos de água por segundo do São Francisco.
José Mário, presidente do Crea-PE, e os demais membros do GT Transposição foram recepcionados pelo presidente do Crea-PB, Paulo Laércio Vieira. A comitiva assistiu a palestra do engenheiro agrônomo José Luiz de Sousa, coordenador geral das obras de transposição do Rio São Francisco e representante do Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho. O engenheiro fez uma apresentação sobre o Ministério da Integração Nacional.
Durante o encontro, os membros do GT Transposição propuseram ações a serem levadas ao coordenador do Colégio de Presidentes do Nordeste e presidente do Crea-CE, Antonio Salvador da Rocha, para deliberações futuras. “Os membros de Pernambuco sugeriram que o GT solicite aos CREAs dos estados nordestinos, beneficiários das águas da transposição, a promoção de inspeções tipo Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) em todo o patrimônio hídrico e hidráulico das suas regiões. Com essa ação verificava-se o estado físico de todos os dispositivos hidráulicos, eletro-mecânicos, corpos de barragens, canais, galerias e qualquer outro elemento de transporte de águas, que façam parte dos setores de distribuição e capilaridade de todo o projeto de integração das águas do Rio São Francisco com as demais sub-bacias”, diz José Mário.
O presidente do Crea-PE explicou que com a sugestão do GT pode-se fazer uma avaliação de todos os sistemas e solicitar, caso seja necessário, as providências às autoridades de modo prévio, ou ainda a recuperação e atualização destes dispositivos. “Iremos assim adequá-los à realidade futura com o objetivo de evitar atrasos na tão esperada conclusão das obras deste magnífico e polêmico projeto”, concluiu José Mário.
Também estiveram presentes no seminário o vice-governador da Paraíba, Rômulo Gouveia; o reitor da UFPB, Rômulo Polari; o presidente da Assembléia Legislativa da Paraíba, Ricardo Marcelo; o Arcebispo da Paraíba, Dom Aldo Pagotto; o Presidente do Tribunal de Contas do Estado, Fernando Catão; o Presidente da Federação dos Municípios da Paraíba (Famup), Buba Germano; além de secretários de Estado, prefeitos, vice-prefeitos e vereadores.
Vanessa Bahé
ASC Crea-PE