Crea-PE

Habite Melhor e Crea-PE vão elaborar projeto piloto de casas de Coqueiral

Ação, dentro da parceria do Crea na Comunidade, quer viabilizar a construção de novas habitações sociais para a comunidade

Quando o presidente do Instituto Solidare, José Marcos da Silva, começou a reunião com a professora da UPE, Rafaela Cavalcanti, e com o vice-presidente do Crea-PE, Stênio Cuentro, não imaginava o desfecho da conversa. O encontro marca mais uma ação do projeto Habite Melhor, da Universidade de Pernambuco, em parceria com o Crea-PE, para promover melhoria na habitação de comunidades carentes, através do Crea na Comunidade. José Marcos tinha a expectativa de melhorar as casas e prepará-las para passarem sem muitos danos nos períodos de cheia, causadas pelo Rio Tejipió, no bairro de Coqueiral. Mas o encontro poderá resultar em algo muito melhor: a construção de novas casas para a comunidade.

O Habite Melhor já acompanha, em parceria com o Instituto Solidare, a situação das casas de Coqueiral. Já, inclusive, fez um mapeamento da situação dos imóveis. Os dados técnicos mostram que as moradias não têm mais condições de abrigar as pessoas que nelas vivem.

A reunião foi exatamente para Rafaela Cavalcanti e Stênio Cuentro apresentarem a possibilidades para o instituto. No início da reunião, José Marcos esclareceu que as necessidades são muitas, mas os recursos, poucos, quase nenhum. Ele imaginava que as casas pudessem receber uma espécie de blindagem para evitar os estragos causados pela água, como a colocação de cerâmica e adaptações que ajudassem os moradores a passarem com o mínimo de prejuízos durante as cheias.

Rafaela Cavalcanti explicou que a estrutura das casas não aguentava. “Não tem um mínimo de condição técnica”, garantiu, já que ela, com os alunos do projeto, vistoriaram as casas. Stênio Cuentro também foi taxativo ao reforçar a necessidade da construção de novas moradias. A professora do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), Rosali Ferraz, que também faz parte do Habite Melhor, explicou que as casas não têm iluminação, não tem ventilação, têm muita umidade.

A ideia inicial de melhoria para enfrentar as cheias seria paliativa e as pessoas continuariam morando em casas sem o mínimo de condição, com comprometimento de saúde, inclusive, durante todo o ano, independentemente das enchentes. Resolvida a questão da necessidade de novas moradias, o próximo passo é organizar como viabilizar economicamente esta ação.

Stênio Cuentro propôs a elaboração de um projeto piloto para mostrar a viabilidade das construções. Rafaela Cavalcanti, Rosali Ferraz e Stênio Cuentro vão elaborar o projeto. Depois de pronto, vão apresentar a empresas que possam custear a construção. “A ideia é ter um projeto que sirva de vitrine e incentive a iniciativa privada a arcar com os custos de todas as moradias”, observa Cuentro.

Na segunda-feira, Cuentro tem uma reunião com representantes da Associação Brasileira de Cimentos Portland (ABCP), onde vai propor, dentro do acordo de cooperação técnica que tem com o Crea, que eles custeiem o material e dêem capacitação técnica para que os moradores possam tocar a obra.

José Marcos disse que, por serem um projeto social estruturado, têm bons relacionamentos com parceiros, o que pode viabilizar essa ajuda para a construção das casas da comunidade. Géssica Dias, a assistente social do Instituto afirmou que esse projeto pode se inserir numa proposta de tecnologia social, sendo replicada em outras comunidades. A reunião também contou com a presença de Roberval Vieira de Mesquita, engenheiro mecânico, que é voluntário do instituto. Ao final do encontro, o clima era de confiança na realização do projeto. “O resultado foi muito melhor que esperávamos”, atestou José Marcos.

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