Crea-PE

Forró pé de serra, chorinho e frevo animam o Sextou no Crea com ART desta sexta-feira (11)

Apresentação contará com a presença dos engenheiros civis e músicos Artur Vital e Walter José Ferreira, com o maestro Edson Rodrigues como convidado

Aluno e professor, engenheiros civis e músicos. Assim pode-se resumir a relação de Artur Vital e Walter José Ferreira. O gosto musical similar foi um dos principais pontos para a parceria da dupla. Parceria esta que vai estrear no Sextou no Crea com ART desta sexta-feira (11). A promessa é um encontro com muito forró pé de serra, frevo e chorinho. Tem ainda a presença ilustre do convidado, o maestro Edson Rodrigues.

Artur lembra que, quando surgiu a oportunidade de se apresentar no programa, só pensou no professor Walter para acompanhá-lo nesta apresentação. “Tinha tudo a ver: engenharia e música. E como ele estava reiniciando os estudos no acordeon, então casou direitinho”, observa Vital, lembrando que eles se encontraram para ensaiar e montar o repertório.

“O professor Walter foi meu professor em duas disciplinas: saneamento e hidrologia”, esclarece Vital, pontuando que, ainda na época da faculdade, Walter Ferreira perguntou a ele se ele tocava violão. “Ele tinha observado minhas unhas. Como ele apreciava música, mas não como instrumentista ainda, ele percebeu isso e perguntou se eu tocava. A gente começou a trocar as figurinhas sobre os estilos musicais que gostávamos e vimos que gostávamos do mesmo gênero, que é o instrumental, o choro”, conta Artur Vital.

Ele diz que nessa apresentação reuniu duas referências na vida dele: a engenharia, com a presença do professor, e a música, com o maestro, com quem toca no Bloco Carnavalesco Lírico Cordas e Retalhos há 20 anos. No quesito referência, quem assume o papel principal na vida de Artur Vital é seu pai João Carlos Alves Vital. Tanto na música quanto na engenharia. “Meu primeiro contato com a engenharia foi através do meu pai”, assegura Vital.

Desde quando era criança, o pai de Artur sempre levava ele e os dois irmãos para as obras das quais era responsável. ‘Ele já ia ensinando a gente a ler projetos. Começamos a ter o primeiro contato com os maquinários, caminhões. Eu ficava lá deslumbrado”, recorda-se Vital. Dos irmãos, foi o único que seguiu os passos do pai. O irmão mais velho foi para a carreira militar e o outro foi para a área de TI (tecnologia da informação). “Dos filhos, sou o que tem mais características com meu pai: tanto físicas quanto de habilidades, inclusive para a área musical”, assegura o músico.

Vital conta que o pai tocava violão. Tocava “de ouvido”. Hoje, infelizmente ele não toca mais em função de sequelas de um acidente vascular que sofreu. “Mas continua, mesmo diante de tantas situações adversas de saúde, vivendo sua vida com alegria e entusiasmo, cumprindo sua missão como pastor evangélico”, assegura o filho que confessa ser da época de comprar revistinhas de cifras. “Às vezes a gente compra uma revista só por causa de uma música”, lembra o músico que elegeu o violão de 7 cordas como seu instrumento de vida. “Não é tão popular. A característica do 7 cordas, além de acompanhar e fazer levada, é fazer contrapontos, servir de elo entre um acorde e outro, uma melodia paralela”, explica

Já Walter Ferreira não teve influência familiar na escolha da engenharia para sua formação profissional. Ele lembra que tinha amigos da geração dele enveredando por esta área, o que despertou sua curiosidade e interesse. Dentro da engenharia, sua paixão é a parte de recursos hídricos. Tanto é que o assunto lhe rendeu mestrado e doutorado na área. Hoje, apesar da aposentadoria compulsória da carreira acadêmica, ainda presta consultoria no setor.

A aposentadoria lhe deu a oportunidade e tempo de trocar o papel de professor pelo de aluno. Hoje, a pedido das filhas e realizando um sonho antigo, está reaprendendo acordeon. Está tendo agora o tempo para se dedicar aos estudos. “Sempre me dediquei ao trabalho e aos estudos da minha área. Não sobrava tempo para o acordeon. Ele foi sendo deixado de lado. Agora que eu tenho mais tempo, voltei. Acabou o período de greve que a falta de tempo me impôs”, garante Ferreira.

Ele lembra que a filha mandou consertar o acordeon que estava encostado. Instrumento que ganhou do pai há muitos anos. O interessante é que esse retorno aos estudos mostrou o quanto ela ainda tinha a aprender com o instrumento. “Cheguei a um estágio que achava que não evoluiria mais no aprendizado. Que tinha chegado ao meu limite. Mas agora estou entendendo que posso aprender muito mais”, reforça o professor.

Na apresentação de aluno e professor, tem espaço para um mais que bem-vindo convidado. Edson Rodrigues é um maestro, arranjador, saxofonista e compositor brasileiro. No seu currículo, tem a responsabilidade de ter fundado a Banda Municipal de Recife, da qual permaneceu como maestro entre os anos de 1979 e 1983.

O maestro é formado em jornalismo e licenciado em geografia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), além de ter se licenciado em música pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde também fez pós-graduação em etnomusicologia.

O show deste trio será transmitido a partir das 19h, pela TV Crea-PE, no YouTube, com a apresentação da jornalista Danielle Ferro. No novo formato do Sextou, os programas são realizados no estúdio Cine TV Nordeste e conta com o patrocínio da Copergás.

O novo formato tem também um viés socioeducativo, com a coleta de livros doados. Um mecanismo de incentivo à leitura. O projeto está arrecadando publicações de todos e quaisquer temas para doações a instituições públicas, como bibliotecas e escolas.

Os livros podem ser deixados na sede do Crea-PE, na Avenida Agamenon Magalhães, 2978, Espinheiro, Recife. Também podem ser entregues nas inspetorias do Crea, durante o horário de atendimento.

Após a arrecadação dos livros, serão definidos os locais que vão receber as publicações. O Crea-PE fará a entrega e informará a destinação dos livros. Não deixe de contribuir. Conhecimento é melhor quando é partilhado.

O Sextou é um espaço criado pelo Crea para apresentar talentos de profissionais das engenharias, agronomia e geociências nas áreas artísticas, seja no cinema, música, teatro, literatura ou artes plásticas.

O espaço é aberto para os profissionais do Sistema. Os engenheiros, engenheiras, agrônomos, agrônomas e geocientistas interessados em participar do programa, basta entrar em contato pelo telefone (81) 9 8759.1084, que também é WhatsApp.

Pular para o conteúdo