Desabamento em edifício em Olinda, com 6 mortes, mostra a necessidade de buscar soluções para este grave problema
O desabamento de parte do Edifício Leme, em Olinda, no final de abril, com a morte de seis pessoas, relembrou um grave problema que paira sobre a segurança dos moradores do Grande Recife. Um fantasma que assombra a população da Região Metropolitana do Recife desde a década de 1970. De 1977 até 2004, 12 edifícios desabaram, deixando mais de 30 vítimas fatais e dezenas de feridos.
Em 2001, as prefeituras de Jaboatão dos Guararapes, Camaragibe, Paulista e Olinda proibiram a construção de prédios tipo caixão como forma de prevenir possíveis problemas. A prefeitura do Recife tomou a mesma medida em 2005. Mas o que fazer com os já construídos? Um levantamento feito pelo Instituto de Tecnologia de Pernambuco, em 2005, dos 6 mil prédios tipo caixão, 5,3 mil apresentavam risco estrutural. Mesmo interditados, alguns ainda estão habitados, como aconteceu no caso do Edifício Leme.
Para contribuir na busca de soluções para este grave problema, o Crea Convida desta terça-feira (16) tem como tema de debate “Prédios interditados: atual situação e como evitar novas tragédias”. Como palestrantes, Carlos Welligton Pires, doutor em Engenharia Civil e Gerente do Laboratório de Tecnologia Habitacional do Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep); Elaine Holanda, engenheira civil e gerente Geral de Engenharia da Defesa Civil do Recife; e Luiz Fernando Benhoeft, engenheiro civil, conselheiro do Crea-PE, professor do Curso de Avaliação e Perícia – Inspeção Predial e especialista na área.
Carlos Welligton, inclusive, coordenou o levantamento que o Itep fez sobre os prédios caixão. A solicitação do estudo foi feita pela Prefeitura do Recife, depois que o Ministério Público do Estado (MPPE) decidiu responsabilizar criminalmente os prefeitos de Recife, Olinda, Jaboatão, Camaragibe e Paulista por qualquer morte ocorrida em desabamentos desse tipo de edificação. “O sistema construtivo dessas edificações não obedeceu a nenhum embasamento técnico científico, muito menos normativo. A utilização de materiais de baixa qualidade e que sofrem degradação com o passar do tempo também é um fator agravante”, observa o pesquisador.
O Crea Convida será transmitido ao vivo, a partir das 19h, pela TV Crea-PE, no YouTube. Depois da apresentação dos palestrantes, será aberto um espaço para interação com os participantes da live. Será possível fazer comentários e perguntas sobre o tema pelo chat do canal do Crea-PE.
