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Crea-PE: Um projeto para o Brasil amplia perspectivas sobre o Agronegócio no país

Segurança Alimentar, produção sustentável e impactos relativos à geração de carbono, foram alguns dos temas discutidos na edição especial do Terça no Crea, de um novo webinar da série “Um projeto para o Brasil”. Criado pelo Comitê Tecnológico Permanente (CTP) do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE), a agenda destacou na noite de 13.10, via youtube, uma abordagem ampla sobre a importância e as perspectivas do Agronegócio e da Agronomia Familiar.

O palestrante foi o diretor de Inovação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), médico veterinário e técnico em Agricultura, Cleber Soares, juntamente com o debatedor, engenheiro agrônomo Mauro Carneiro dos Santos e o também engenheiro agrônomo e membro do CTP, Geraldo Eugênio como moderador do encontro.

Os conteúdos desse projeto serão parte de um relatório onde todas as contribuições irão figurar como sugestões de especialistas dos diversos temas que debatemos, bem como os vídeos ficam disponíveis no canal do Crea-PE no youtube, adiantou o presidente do Crea-PE, Evandro Alencar.

A transmissão, por vídeo, durou quase duas horas, trazendo oportunidade para os internautas que acompanharam a live, profissionais da Agronomia ou não, acesso a informações atualizadas sobre medidas que o Brasil e o mundo precisam ter para o crescimento dos negócios no setor agrícola, mas, mais do que isso, alternativas que ajudem aos milhões de pessoas em todo o planeta que passam fome.

O palestrante disse que é importante que haja muitos e bons projetos a serem desenvolvidos no setor que tem a necessidade premente de reflexões sobre os desafios deste milênio. Para tanto, o diretor do MAPA, aponta 5 prioridades que podem contribuir para a diminuição da fome e o aumento da produção: sustentabilidade, segurança alimentar, segurança do alimento, digitalização voltada para o setor e, por fim a necessidade de criação de vários atores que tenham a capacidade de desempenhar papel de liderança em todo o processo, explicando que a sustentabilidade, mais que um desafio, é oportunidade para que o mundo seja único na defesa das plantas, lembrando que 2020 foi o ano definido como o ano das plantas. Para o médico, para se cuidar da saúde é necessário cuidar das plantas, dos animais, do meio ambiente e, das pessoas. Mas, chama a atenção para que não basta prover. É necessário captar investimentos que garantam a sustentabilidade, informando que, em 2019 houve 33% menos de captação no segmento, somando menos 16 milhões para a atividades. Ele concluiu o primeiro ponto afirmando que atualmente, o grande problema das atividades econômicas, inclusive no agronegócio é o carbono. De acordo com o palestrante, por meio da tecnologia o mundo tem tentado mitigar o problema da emissão de gases desenvolvendo projetos na ordem de 15 bilhões para conseguirem fazer a descarbonizacão ou carbono neutro.

Quanto à questão da segurança alimentar, ele disse que o mundo não consegue alimentar a população que cresce exponencialmente, enquanto a produção de alimentos segue em escala aritmética. De acordo com dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e da Organização das Nações Unidas (ONU), a projeção do número de pessoas com fome no mundo era para 2020, da ordem de 823 milhões, no entanto, esse montante foi acrescido de mais 135 milhões com a pandemia mundial do Coronavirus.

O terceiro item traçado pelo palestrante como fundamental em todo esse processo se refere a segurança alimentar. Ele afirma que o alimento, contribui para a evolução histórica e que o primeiro item a ser observado na busca pela segurança dos alimentos são os intrínsecos, entre eles, a proteína. A segunda questão são as extrínsecas dentre as quais figuram a aparência, a textura, a embalagem entre tantos outros. Também em virtude da pandemia, os alimentos não oferecem mais segurança para serem consumidos sem que primeiro passe por um processo de desinfecção.

“A afirmação de que a saúde entra pela boca caiu por terra”, provocou.

Com relação ao quarto item, disse que o país tem uma produção média de 1.500 Kg por cada 5 hectare. Esse desempenho não se manterá, assim como não crescerá, se a inovação tecnológica não fizer parte da produção, por meio das diversas inovações da ciência digita, como os sensores.  De acordo com o especialista, a pandemia que atingiu o planeta também adiantou o futuro que teríamos em 6 anos, para 6 meses.

Por fim, explicou que a formação de lideranças trará a oportunidade de que jovens com visão diferenciada possam futuramente dominar o controle de situações adversas não apenas em um setor, mas também outros que tenham correlação com a atividades.

O debatedor Mauro Carneiro dos Santos, especialista em classificação dos solos, ressaltou a importância da agricultura familiar como negócio bastante proveitoso e que, durante muito tempo foi a atividade desenvolvida por italianos e chineses.

Com grande preocupação, ele defendeu a continuidade e o investimento em pesquisa. Criticou a qualidade da formação acadêmica de Agrônomos e demais profissionais nos mais de 460 cursos de Agronomia, além dos sete no formato de Educação a Distância (EAD). Indagou:

“Como formar profissionais com o conhecimento contextual sem o conhecimento vivencial, a prática?”

Foi enfático ao dizer que é necessária a reforma curricular das disciplinas das graduações, também confessando que não ver com bons olhos “o tribalismo e a polarização dos cursos com interesses políticos partidários”. “Essa é uma das posturas mais danosas que existem no desenvolvimento de um país”, concluindo a sua participação.

O engenheiro agrônomo Geraldo Eugênio seguiu o debate, incluindo questões do público, que na maioria, elogiou a iniciativa do Crea-PE. Erinnaldo Viana, foi um dos que registrou no chat sua visão da palestra:

Parabéns ao Dr. Cleber pela excelente apresentação e pontos para reflexão de uma agropecuária sustentável.

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