Crea-PE

Chesf completa 74 anos e realiza ato contra privatização da companhia

Crea-PE participa de evento e se solidariza com empresa na luta pela manutenção da soberania da instituição e desenvolvimento para o Nordeste

Nos 74 anos de existência da Chesf, hoje (15) seu aniversário foi comemorado com um Ato Político de Aniversário para preservação da instituição, contra a privatização que ronda a companhia. Para celebrar e se solidarizar na luta, o Crea-PE, na figura de seu presidente, Adriano Lucena, e o superintendente técnico, Nielsen Christianni, foram ao movimento que reuniu na frente da sede, na manhã desta terça-feira, funcionários na ativa, aposentados, lideranças sindicais e políticos locais.

Além de discursos em prol da manutenção da Chesf enquanto empresa pública, teve bolo de aniversário, com direito a parabéns e queima de fogos. O ato culminou com um abraço simbólico na companhia, em sinal de união e acolhimento à soberania da empresa, com destaque para sua importância para o desenvolvimento do Nordeste e do País. Para “abençoar” o ato, uma imagem de São Francisco de Assis circulou de mão em mão, dentro do abraço coletivo.

“Hoje é um dia especial: o aniversário da Chesf nos seus 74 anos. A Chesf tem uma importância muito grande para o Nordeste, para Pernambuco, para o Recife e para o Brasil. É uma companhia que não leva só energia. Leva cultura, leva desenvolvimento, leva riquezas a diversas cidades, diversas regiões do País”, parabeniza Lucena.

Para ele, fazer a defesa da Chesf para que ela seja uma empresa moderna passa pela empregabilidade da mão de obra local. “Quantos profissionais da engenharia, engenharia elétrica, engenharia civil e tantas outras modalidades estão trabalhando para serviços nessa companhia em serviços extremamente relevantes para todos os cidadãos pernambucanos, para os brasileiros? Fazer a defesa da Chesf é fazer a defesa da nossa história. É fazer a defesa das nossas riquezas e com a esperança de um futuro melhor. Que a companhia seja cada vez mais próxima dos cidadãos”, reforça o presidente do Crea-PE

Na avaliação de Nielsen Christianni, o ato é mais que um evento. “É um movimento. A gente entende a importância da Chesf para a região. Estamos vivendo num momento de risco para a soberania desta instituição. É importante a gente recordar que a Chesf é mais do que um forte provedor de energia elétrica. A Chesf provém dignidade, soberania e elementos de sustentabilidade para as famílias que estão no campo, na cidade”, destaca o superintendente técnico.

Nielsen Christianni ainda declara: “Da Chesf advém alimento, advém educação. A privatização de uma instituição desta estatura significaria privatização de recursos naturais, a exemplo do Rio São Francisco. Significaria privatização de soberania e dignidade da nossa população do Nordeste. O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco se solidariza nessa luta nessa luta, nesse combate a esse movimento que vem para destruir esse grande legado que a instituição construiu para o nosso Estado e para a nossa região”.

“Gostaríamos de parabenizar não só os chesfianos e chesfianas, mas convocá-los a ter uma energia que venha a se contrapor a esse momento, a esse movimento de destruição da nossa soberania. A Chesf gera lucro, gera rendimento, ela é uma iniciativa, um órgão que tem viabilidade econômica, mas a viabilidade econômica que nós temos aqui ela se torna menor para gerar qualidade de vida para a nossa região”, avalia Christianni.

DEPOIMENTO
Funcionário aposentado da Chesf, Mozart Bandeira, presidente do Sindicato dos Engenheiros de Pernambuco (Senge-PE), e conselheiro do Crea, ressalta que a Chesf é uma empresa que lutou e vem lutando muito e vai continuar lutando. “Porque a gente não consegue imaginar um Nordeste sem a Chesf. A Chesf vem, nesse tempo todo, promovendo o desenvolvimento através da energia, do manejo das águas. Nós vivemos numa região extremamente carente de água e a Chesf é quem controla as águas do São Francisco. É preciso que a Chesf continue pública. É um momento de resistência nossa. Nós não podemos permitir que essa empresa que orgulha tanto os nordestinos vá para a mão da iniciativa privada”, observa Mozart Bandeira. Para ele, essa é uma questão de soberania nacional. “Nós estamos na defesa da Chesf e ela continuará pública”, pontua.

“Sempre acompanhei de perto a Chesf. Tenho tios que são engenheiros da Chesf e eu sempre vi o papel importante que a empresa desempenha em Pernambuco e na região Nordeste toda”, afirma Eloisa Basto, diretora do Sindicato dos Engenheiros no Estado de Pernambuco (Senge-PE) e conselheira do Crea-PE. Para ela, só uma empresa pública pode construir esse patrimônio para que seja usufruído por toda a sociedade, sem fins lucrativos, usando os melhores meios, as melhores técnicas e disponibilizando um ativo muito grande em favor da sociedade. “Acho que esse é o grande legado da Chesf e não pode ser entregue assim”, atesta Eloisa Basto.

HISTÓRIA
A história registra que a Chesf é uma empresa de economia mista criada pela União em 3 de outubro de 1945 com base no Decreto-Lei n.º 8.031 e constituída em 15 de março de 1948. Integra o grupo de empresas controladas pela Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobrás). Foi a primeira empresa pública de eletricidade do País. Ela surgiu com o objetivo de promover o aproveitamento do potencial energético da cachoeira de Paulo Afonso, situada no Rio São Francisco entre os estados de Alagoas e Bahia

Nos anos 1970, um intenso programa de obras assegurou extraordinário crescimento dos sistemas de geração e transmissão da empresa, atendendo ao planejamento proposto pela Eletrobrás. A holding federal assumiu efetivamente a condição de empresa líder do setor de energia elétrica brasileiro, atuante em todo o território nacional por intermédio da Chesf, Furnas e de duas novas empresas subsidiárias de âmbito regional: a Centrais Elétricas do Sul do Brasil (Eletrosul), criada em 1968, e a Centrais Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte), organizada em 1973.

No ano passado, a empresa ficou com a primeira colocação no Prêmio Balanço Empresarial – Maiores e Melhores 2021, realizado pela JBG & Calado. Este levantamento faz um ranking das 50 maiores e melhores instituições em operação no Estado.

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