Recife, 08 de janeiro de 2013
Membros do Grupo de Trabalho Seca reuniram-se, na terça-feira (08), no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE), para discutir as ações que deverão ser implementadas com o objetivo de criar alternativas de convivência com a seca no semiárido.
No encontro de hoje, os participantes falaram um pouco dos objetivos e dos anseios que têm com o envolvimento no Fórum. Para o geólogo Waldir Duarte Costa, especialista em barragens subterrâneas, é importante lembrar que qualquer obra de engenharia necessita ter demanda e a escolha de critérios técnicos deve ser bem definida para que possa ser adotada.
Para o idealizador do trabalho conjunto, professor Mário Antonino a iniciativa requer muita responsabilidade e empenho. “Estamos diante de um grande desafio e para isso, precisamos realizar reuniões bem organizadas e atraentes do ponto de vista dos assuntos que iremos tratar para que possamos atrair cada vez mais pessoas e assim, fazer com que o nosso objetivo possa prosperar”, sugeriu. Ele lembrou que o tema “Água” é o carro chefe da iniciativa, mas que a questão da pobreza e das dificuldades dos nordestinos não pode ser vista apenas como um problema isolado de falta de água.
Ainda na opinião do professor Mário Antonino, algumas ações já podem ser iniciadas, na medida em que já há soluções técnicas com relação à captação, armazenamento e distribuição de água confiável, como a implantação do Projeto Base Zero, que poderia ser viabilizado por meio de um movimento que reivindicasse financiamento para execução das obras necessárias.
Para o presidente do Crea-PE e coordenador do GT Seca, José Mário Cavalcanti, as medidas devem ser adotadas urgentemente e a questão deve ser discutida amplamente com os presidentes dos Creas do Nordeste, que também enfrentam situações calamitosas com a seca.
Ao tomar conhecimento, pelo presidente do Crea-PE, da existência da Lei nº 11.888/2008, que assegura às famílias de baixa renda assistência técnica pública e gratuita de habitação de interesse social e da Lei nº 12.188/2010, que institui a política nacional de assistência técnica e extensão rural para a agricultura familiar e reforma agrária, o engenheiro Mecânico José Artur Padilha, autor do Projeto Base Zero, disse acreditar ser possível, a partir da identificação dos problemas, criar soluções definindo ponto de partida e de chegada, aliadas a defesa da natureza e dos recursos naturais renováveis.
Para o ex-presidente da Chesf, engenheiro eletricista Dilton da Conti, a iniciativa deverá ser associada a uma ação política capaz de sensibilizar o poder público para as alternativas técnicas que poderão minimizar o problema da seca. A ideia se aplica na medida em que, na opinião do jornalista Ivan Maurício, que também participou do encontro, “a causa da seca não é local ou regional, é nacional. Sabemos que há solução para o problema, mas faltam decisão e vontade política”, enfatizou o jornalista.
Os participantes decidiram por realizar uma próxima reunião na quarta-feira (16), quando serão decididas as próximas ações que devem incluir reuniões com diversas lideranças políticas e sociais de municípios do Interior do Estado para se ter um levantamento da situação e das medidas emergenciais que estão sendo adotadas em cada local.
O encontro desta manhã contou com a participação de Tereza Cristina Dantas, José Artur Padilha, Antônio Celso Dantas Antonino, Mário Antonino, Wilton Torres Jansen, Waldir Duarte Costa, Pierson Barreto, José Carlos de Queiroga Cavalcanti, Dilton da Conti, George Vitoriano de Almeida, Hermínio Silva Neto, Ivan Maurício, Rodolfo Aureliano Filho e Maurício Pina, além de José Mário Cavalcanti, Osvaldo Fonsêca e Roberto Arrais, presidente, chefe de gabinete e superintendente do Crea-PE, respectivamente.
Dilma Moura
ASC do Crea-PE