Crea-PE

Presidente do Crea-PE diz que buscará, institucionalmente, ajuda para solução digna para moradores do Holiday

 O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE), Evandro Alencar participou, no auditório Sérgio Guerra, na Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco(Alepe), a convite da presidente da Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular (CCDHPP), deputada Jô Cavalcanti, da mesa diretiva da Audiência Pública, realizada na manhã da terça-feira (19.03), sobre a “Situação dos Moradores e do Edifício Holiday”.

Durante o encontro, moradores reclamaram da ordem judicial de desocupação das unidades habitacionais até a quarta-feira (20). A decisão, tomada após ingresso do governo municipal na justiça, com base em Laudo Técnico realizado pelo Corpo de Bombeiros e pela Defesa Civil que classificou o imóvel com risco 3, considerado alto pelas autoridades técnicas.  Para melhor compreensão da gravidade, foi explicado pela Defesa Civil que, a escala que mede os riscos vai de 1 a 4. Ainda segundo representante do órgão, por causa da queda de reboco e problemas nas fundações, o imóvel, que desde 2016, já havia sido atestado com riscos, necessita de reformas imediatas.

Convidado a falar na tribuna do auditório sobre o assunto, o presidente do Crea-PE, Evandro Alencar lembrou que, apesar da seriedade do problema e do impacto que causa a muitas famílias, é necessário que medidas sejam adotadas no sentido de evitar um desastre de grandes proporções que atingiria os moradores do Holiday, mas, também as pessoas que se encontram no entorno do equipamento.

“Nós somos representantes da Engenharia e não podemos abrir mão da boa Engenharia. Aquela edificação precisa de ações de recuperação. O Crea é uma autarquia federal que não pode dispor de recursos para esse tipo de ação, mas, temos, por meio do nosso plenário, dos profissionais e entidades a nós vinculadas, como tentar contribuir. Já conversei com alguns parceiros e presidentes de associações. Tenho agendada reunião com a minha diretoria para onde irei levar o resultado desta audiência para que possamos, conjuntamente, buscar uma forma de ajudar com a elaboração de laudos de vistorias honoríficos, como acontece com os conselheiros e presidentes do Crea que desempenham seus trabalhos de maneira honorífica”.

No entanto, lembrou Alencar “temos que ter em mente que haverá custo da mão de obra e de materiais necessários à execução dos serviços”, explicou acrescentando que “a proposta que levarei para a diretoria será de contribuirmos, institucionalmente, para criar um grupo de pessoas físicas e jurídicas que queiram contribuir para essa ação social. Então, a Engenharia quer estar perto. A Engenharia de Pernambuco quer participar. Para tanto, a proposta que levarei para a diretoria contempla a sugestão de aglutinar empresas, órgãos públicos e pessoas físicas que queiram contribuir para dar uma solução digna para os moradores do prédio e de segurança para a sociedade recifense e pernambucana. Desejo a todos sucesso, porque esse resultado vai beneficiar a sociedade”, concluiu agradecendo, Evandro Alencar.

Também presentes, o Corpo de Bombeiros e a Prefeitura do Recife reiteraram a necessidade de esvaziamento do prédio diante de riscos apontados por laudos técnicos. “A gente entende o clamor social, mas nós trabalhamos com a preservação de vidas. Desde 2016, laudos conclusivos atestam o perigo. Se houver um incêndio lá, haverá situação de colapso”, declarou o coronel Manoel Francisco, da corporação. Também dos Bombeiros, o tenente-coronel Erick Aprígio reforçou que “a situação é crítica e o risco é iminente. De acordo com a Defesa Civil do Recife, 70 mudanças já foram realizadas no edifício e outras 150 estão agendadas.

Encaminhamentos – Como encaminhamento do debate, a presidente da Comissão, Jô Cavalcanti, do mandato coletivo Juntas (PSOL), frisou que continuará acompanhando a situação dos moradores, solicitará o tombamento do imóvel e envolverá o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) na questão. Carol Virgolino, que também integra as Juntas, relatou que advogados e engenheiros voluntários estão no imóvel em busca de soluções que não impliquem a saída dos moradores.

Holiday – Cerca de três mil pessoas vivem nos 476 apartamentos que compõem o edifício, localizado na Rua Salgueiro, próximo à Avenida Boa Viagem. Desde o dia 6, moradores estão sem água e energia. Na semana passada, a 7ª Vara da Fazenda Pública determinou a interdição e imediata desocupação do imóvel.

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