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Crea-PE participa de audiência pública sobre mobilidade na Assembleia Legislativa

Recife, 10 de junho de 2013

O 2º vice-presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE), Leonides Alves, e o engenheiro civil especialista em Trânsito Stênio Cuentro participaram nesta segunda-feira (10) da audiência pública promovida pela Assembleia Legislativa, através da Comissão de Mobilidade Urbana, sobre o Programa de Mobilidade Urbana (Promob) do Governo do Estado. A audiência pública foi presidida pelo deputado Sílvio Costa Filho. 

De acordo com Stênio Cuentro, que compôs a mesa, é importante que o Estado faça o “seu dever de casa” e assuma o compromisso de realizar ações de curto, médio e longo prazos para melhorar o trânsito na Região Metropolitana do Recife. Ele cobrou do Governo planejamento e informações não só de grandes obras que estão sendo executadas, mas como também de intervenções menores, como por exemplo, nas obras da Compesa para que a população possa se preparar e buscar outras alternativas de rotas por onde circular. Outro ponto abordado por ele é quanto à fiscalização e cumprimento de prazos nas obras públicas.

“A fiscalização dever ser uma ação rotineira. O que a gente reclama é da falta de planejamento. A obra tem que ser pensada é sob o ponto de vista do benefício da população e não de uma Lei de Licitação que existe há mais de 20 anos. Deve ser conversado com o Tribunal de Contas e explicar que há obras especiais, que causam impactos na vida econômica do Estado e esse valor é intangível. Por tanto, há obra que é necessário o trabalho 24 horas por dia em sete dias da semana, Dia Santo e Feriado, como no caso no túnel da Caxangá, próximo ao Museu da Abolição. Mesmo que haja um aumento no valor da obra, tudo isso é justificado uma vez que uma obra desse porte tem grande impacto na vida da população”, defendeu Stênio.

O especialista ainda sugeriu a implantação de corredores exclusivos para ônibus, ambulâncias, polícia e táxis nas principais vias das cidades da Região Metropolitana, a restrição da circulação do veículo com um único passageiro, o estímulo às empresas solidárias, que ofereçam uma flexibilização de horário de trabalho e a carona amiga.

Para o engenheiro e especialista em Transporte Maurício Pina, que estava representando também a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE), classificou como “muito ruim” o transporte público no Brasil, pois nunca foi alvo de investimento. “Somente ficam nas boas intenções. Para dar um exemplo, apenas 3% das vias na Região Metropolitana do Recife possui vias exclusivas para ônibus. Nos 97% do restante, esse modal tem que disputar com carros”, revelou.

Ele ainda criticou ainda a demora na concretização completa da implantação do Sistema Estrutural Integrado (SEI). “O SEI foi iniciado em 1984, no próximo ano, completa 30 anos e nunca foi viabilizado nesse período. E olhe que nunca houve governo ou especialista contra esse modelo. Mas o projeto não sai do papel. As construções da 2ª (passa pela Estrada dos Remédios, Água Fria e Avenida Beberibe) e da 3ª (Sai da Estação Tancredo Neves, passa pelas avenidas Recife, San Martin e Norte) perimetrais nunca foram concluídas, sobrecarregando a 1ª perimetral, que é Avenida Agamenon Magalhães”, explicou.

O secretário das Cidades, Danilo Cabral, expôs aos presentes uma apresentação com todas as obras de mobilidade, contemplando as obras de transporte pelos rios, transporte coletivo e bicicletas.

Kele Gualberto 
ASC do Crea-PE 

   

 

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